ugia pedreira trouxo imagens, e eu dei em descobrir um novo mundo.
para a sua secçom visons forasteiras da revista dorna, pediu-me um texto inspirado numa das suas fotografias. eu escrevim... e já nom puidem parar. assim foi que a arouça e as suas dornas e o seu mar dêrom para um livro:
silhueta
sequeira inclinada no
labor. andar ao burato. braços que pregam cem velas. arria-me um
cabo. mãos que tesam as cordas. ir à bateia. punhos ergueitos na
luita. contra o cam. pinheiro que nom dará pau. relinga em sombra.
redes que alimentam bocas. no pombeiro. pára-águas que o vento
esfarrapa. árvore seca. cãozinho ladrando-lhe à lua. calma podre.
punhos ergueitos na luita. maré negra. casca que aos petos deu
habitaçom. casota. dedos a dançar a baila do sol. e dedas. espinhas
cravadas nos olhos da vida. raízes em terra. silêncios de
despedidas. aboubece. punhos ergueitos em luita. dignidade. arouça
eclipsada por mares de ausência. fundido em sete.
risom que une ilha e céu.
na praia dos peixes.
Nenhum comentário:
Postar um comentário