31 de outubro de 2012

tempestade

som as tempestades, os naufrágios, aquilo que mais temem as navegantes. e uma grande tempestade, de arealoso nome sandy, vém de acabar com a vida de um histórico veleiro o hms bounty, réplica daquele navio que aparece no poemário como protótipo das amotinaçons.

imagem do afundimento da cnbc.com.


conselho

o medo, esse gigante monstro

o primeiro é perder o medo
às tebras que o sol ocultam
à funda escuridão
ao mar encorvado em montes
eternos
à frequência das tronadas
à violência dos ventos
à solheira da calma

a abundância dos monstros
ciumentos
que empeçam a partida

em ouçande

antes de vir viver ao mar, andava amiúde polas fervenças de ouçande. nos carreiros desta associaçom pratiquei baile galego, participei em lumeiros e festas de nadal ou assistim a festivais de música. foi por isso que pensei neles para apresentar-lhe o meu novo livro. 

acompanhou-me uxío allo, companheiro e patrom na ent dorna, um dos marinheiros que me aprendêrom o que sei do mar e graças aos quais pudem eu escrever os versos que escrevim. 

entre ugio e mais eu quigemos levar um cachinho de mar a ouçande... só que ao chegarmos, era o mar quem aguardava por nós. 
apresentou-nos xabier de camba, um dos meus primeiros críticos literários

pareciamos do clu da comédia...

... e a verdade é que ainda rimos um pouco.
como n'a fervenza som mui trabalhadores, até editarom este vídeo-resumo do que foi a tarde:



também podedes ver o lançamento na prensa:

nas corbaceiras 2

o passado 25 de novembro, a noiva e o navio atracarom nas corbaceiras e levárom a mercadoria de versos que ateigavam o tambuche até a livraria paz. e no meio dum mar de livros, evitamos afogar compartindo a ricaz cultura marinheira da arouça com as gentes do lérez.

a primeira entrada no livro foi assutadora
 quantas palavras estranhas!

menos mal que levamos uma dorninha com nós para nos explicar

argalhamos um bingo para aprendermos as partes da dorna

poeta com cara mestra: a ver se este alunado sabe a resposta!!

atender tinha prémio: mónica levou a dorninha para casa.

uma vez feitos os deveres, a poesia era assim de facilinha!
resultou uma tarde mui agradável, onde reencontramos velhas amizades e figemos outras novas a conta da poesia. 


25 de outubro de 2012

corbaceiras

as corbaceiras no século xix
hoje toca lançamento em ponte-vedra. e toca falar da perda.
da perda de identidade, da perda de memória, contra as que também lida a noiva e o navio.
as corbaceiras em 1905
 
a ponte-vedra marinheira já nom existe. o seu bairro da moureira perdeu o cheiro a salitre, e o peirám das corbaceiras sumiu entre recheios na terra e mudanças de correntes no rio. as dornas, gamelas, galeons e lanchas que chegavam cada dia, hoje nom som nem recordo. nom há marinheiros que saiam na madrugada a pescar nada num mar esvaziado polas mercuriais areias que ence oferenda.

e se nom há espaço para o mar, dificilmente pode haver memória do mar.

há um poema no livro que fala do sentimento de perda, da desilusom que ocupa o corpo quando o tempo passa e nom vemos cumpridos os sonhos. desilusom à inversa que sentimos ao vermos velhas fotografias e constatar que nom fomos quem de manter vivo o nossa cultura marítima.

as imagens das corbaceiras fôrom obtidas no blogue vella pontevedra.




regresso

panos brancos em vigo fotografados por ángel llanos.
 
tomo terra após longa travessia
por este oceano que aninho dentro

panos brancos dão-me as boas-vindas
velas mutiladas por tristes braços
que ambicionando fugir do peirão
arvoraram um navio que nunca partiu

tomo terra após longa travessia
e é o desencanto quem me recebe.


19 de outubro de 2012

navegando...

para a semana entrante, dous portos novos onde fará escala a noiva e o navio: ponte-vedra, acolhida pola livraria paz, e ouzande, no pantalám da associaçom a fervenza

cartaz para o lançamento em ponte-vedra
cousa bonita feita por rosa herráiz, como sempre.

8 de outubro de 2012

sos

como barco à deriva
ficamos os dous
flutuando nas sudorosas poças
que do corpo arrincamos
despojos do amor

como barco à deriva           sós


lançamento na arouça 2

o sábado passado, entre poalhada e vento sur, a noiva e o navio nasceu para a gente da arouça. pequena crónica en imagens.

uma moreia de noivas aguardavam navio para navegar.

Ugia Pedreira falou do livro, e falou bem bonito.

o público também foi comportadinho
a poeta acedeu a parecer poeta durante uns minutos
mas deixou-se surprender em posses de mestra 
houvo prémios para as melhores geógrafas

Ugia cantou o poema sos
 
houvo assinatura final de livros (prévia venda, hehe)
público, poeta, livros e melindres de ponte-linhares
as fotos som da ghata cleopatra, que ninguém de vos a viu, mas estava ali.

3 de outubro de 2012

lançamento na arouça


a noiva e o navio faz a sua apresentaçom em sociedade no lugar que a viu nascer. para a vizinhança da arouça, amizades e família falaremos do livro e os poemas que o integram a autora e ugia pedreira, duas mulheres de fóra que botamos parte das nossas raizinhas no centro do mar da arouça.