22 de agosto de 2012

20º leste

After the shower

o rumo vém marcado
pola linha vertebral
da tua coluna

exploro-te em brando
balanço
funambulista que sou
na escota dum meridiano.



a imagem tirei-na de aqui. é de  wiros e leva por título after de shower.




glossário: escota

a nova marina navegando polo mar da arouça com vela arriçada e escota tesa
a escota é o cabo que, amarrado ao punho de popa, permite governar a vela. com a escota na mão, a pessoa que patroneia uma embarcaçom pode marcar o rumo e a velocidade que quer (e que o vento lhe permite), pois segundo arrie (solte) ou cace (tese) a escota, levará a vela mais ou menos aberta ao vento.


16 de agosto de 2012

ilha fantasma

esta é a situaçom que marcam as coordenadas que dam título ao poema 32º14'S 89º08'W:

no google maps podedes ampliar o mapa

corresponde-se com uma das ilhas fantasma mais conhecida, a da ilha podestá, que também dá nome à autora do texto explicativo incluído no poemário.


32º14'S 89º08'W

ilha_deserta_hd_by_thiagomiranda

temos claro o rumo
aquele que pode lastimar mas nom fere
aquele que amarra mas nom cativa
aquele que calma ao tempo que estimula

o dessa ilha fantasma
da que falam cartografados amores
e que tripulações poucas
encontram

quiçás por nom ser firmes na derrota.


a imagem leva por título ilha deserta. é de thiago miranda e tirei-na de aqui.

ilhas

é difícil onde começa o trabalho poético e onde acaba. é difícil estabelecer uma divisom entre os diferentes campos vitais de uma. os fios que enlaçam o mundo da casa, da escola, da escrita, das amizades, dos tempos livres som umas vezes invisíveis. outras, evidentes.

eis vai um: houvem de preparar esta apresentaçom para o e meu alunado da escola. e preparando-a, nascérom alguns dos poemas d'a noiva e o navio. imaginade que escreverei quando prepare o tema da oraçom subordinada substantiva de objecto directo.
ilhas
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14 de agosto de 2012

aventura


thelma e louise também quisseram aprender

quando a terra era plana
evitavam os mareantes o fim do oceano

nom era medo ao urco ao mostrengo
a um adamastor imundo e grosso
era só pavor ao cantil do nada infinito

nós ponhemos proa á curva do horizonte
nom por sabermos a terra esférica
mas por ânsia de aprendermos a voar


o gigante adamastor

o mar tenebroso povoado de monstros

se uma cousa tivérom em comum os navegantes portugueses e os castelhanos (castelhanos? ou galegos, bascos, andaluzes?) foi a superaçom de todas as crenças e mitos que desde a antiguidade povoavam os portos europeus. 

a ideia do horizonte acabar em abismo nom é fantasia de johnny deep para os seus piratas, nom. e que os fundos marinhos e as costas afastadas eram berço de monstros e animálias nom é invento de júlio verne ou o capitám nemo. era uma seguridade para todos os mareantes antes do século XV. por algo o nome do oceano era mar tenebroso.

a grande fazanha de vasco da gama, bartolomé dias ou cristóvão colombo nom foi ter cruzado os oceanos, mas a de tê-lo feito apesar do medo.

adamastor de jorge colaço, no palace hotel de buçaco
 e isto reflice-o magistralmente luis de camões n'os lusíadas, uma das obras canónicas da literatura portuguesa. os lusíadas é uma narraçom em verso da viagem de vasco da gama para encontrar a rota à índia. camões coloca no passo do atlântico ao índico um gigante monstruoso, de mitológica origem grega e de nome adamastor, que recebe aos navegantes portugueses e os ameaça com o fracasso.

se queredes ler o trecho do adamastor nos lusíadas, aqui tedes uma versom comentada.

disto é do que fala o poema aventura.


7 de agosto de 2012

as terras imaginadas



há mundos que repousam no lombo duma tartaruga, outros envoltos por uma serpe que impede que se derramem no universo. há mundos nascidos arredor duma árvore que os une ao céu, outros que som espelho doutro mundo gémeo...

nesta maravilha de livro, obra de guillaume duprat, encontrei uma cheia de terras polas que viajar com a minha dorna, e alguns dos poemas que recolhe a noiva e o navio nascérom das estórias e mitos que eu conhecim levantado as lapelas e revisando os desenhos desta pequena e grande obra de arte.