18 de janeiro de 2014

a draga

Numa saída em dorna polo mar da Arouça, soubem da draga. 

Cruçamo-nos com ela a altura do faro do Seixo e alguém disse: lembrade a hora; imos ver quanto tarda em vir de volta.

A draga passeando entre bateias.

E contárom: o porto de vila-garcia já não pode com tanto mercante e tanto contentor de boluda. é um porto antigo pensado para embarcações doutra épocas e não tem calado suficiente. Assim que, para não perderem negócio, tenhem contratada uma draga que esta, dia a dia, retirando dos seus fundos a areia e os limos que as correntes marítimas depositam lá noite a noite.

O porto que não dá para mais.

Claro que as areias e limos dum porto mercante não são inócuas, mesmamente. Levam com elas os azeites, gorduras, petróleos e metais que a actividade portuária deixa de recordo nas águas. Os protestos das confrarias e agrupações marinheiras exigirom que essas lamas fossem arrojadas fora da ria, para evitar a contaminação dos bancos marisqueiros e pesqueiros. O acordo foi botar o lodento lixo numa fossa além da ilha de Sálvora. 

A suspeita dos marinheiros era a draga não cumprir tal acordo, pois seique cada uma das viagens para baleirar as suas entranhas intoxicadas, lhe levava menos tempo do devido.

Desta história nasceu o poema

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